De “demasiado velho” a “essencial”: a nova tendência de recrutar

De “demasiado velho” a “essencial”: a nova tendência de recrutar

Durante anos, o mercado de trabalho concentrou-se em atrair juventude, inovação e flexibilidade. Em plena escassez de mão de obra, muitas empresas estão a descobrir o valor e a vantagem competitiva de recrutar profissionais mais seniores.

A tendência é clara: estes profissionais estão a regressar ao radar do recrutamento, e não apenas por necessidade, mas por mérito. A experiência acumulada, a maturidade emocional e o sentido de responsabilidade transformam-se em ativos cada vez mais raros num mercado onde a rotatividade é alta e o compromisso escasso.



Nos setores mais afetados pela sazonalidade, como hotelaria, os profissionais com mais de 45 ou 50 anos assumem um papel essencial para garantir continuidade e fiabilidade operacional. São frequentemente os primeiros a chegar, os últimos a desistir e aqueles que melhor entendem o peso do compromisso. Embora, muitas vezes, exija qualificação específica, o setor da saúde, cuidados e serviços sociais, também procura profissionais responsáveis e com hábitos de trabalho consolidados para serviços de suporte e cuidados a pessoas idosas. Profissionais mais experientes podem também seguir como mentores, formadores ou consultores, partilhando o seu know-how e as suas competências como capacidade de adaptação e competências comportamentais. 

As empresas que apostam em integrar perfis com mais experiência beneficiam, não apenas de menor rotatividade, mas também de melhor ambiente de equipa, onde a convivência entre gerações cria aprendizagens mútuas: os mais novos trazem agilidade e inovação e os mais experientes, método e visão prática.

À medida que o mercado de trabalho evolui, a idade deixa de ser um filtro e passa a ser uma vantagem competitiva. No final, o talento não se mede em anos, mas sim em compromisso.