iU Talent quer crescer no recrutamento especializado para o setor tecnológico e avançar para novos mercados

iU Talent quer crescer no recrutamento especializado para o setor tecnológico e avançar para novos mercados

A recém-criada consultora de recursos humanos iU Talent, especializada em recrutamento e seleção de quadros médios e altos para diversos setores, como banca, comercial e engenharia, prevê crescer este ano e conquistar mais clientes a nível nacional, dentro do segmento de grandes e médias empresas, enquadram David Sanglas e Sara Pimpão, co-founders da consultora. Por outro lado, a iU Talent tem também como objetivo expandir a sua atividade para Itália.

A iU Talent tem como objetivo avançar para outras geografias além de Portugal desde que nasceu, revelam David Sanglas e Sara Pimpão, os dois gestores que criaram a nova consultora de recursos humanos há cerca de três meses. A empresa fundada em Espanha também vê boas oportunidades de crescimento em mercados como Itália, adianta Sara Pimpão, que é ainda a diretora-geral. “Atualmente, o foco está 100% em Portugal. No futuro, pensamos ir para Itália que consideramos que é um mercado com muito potencial para a área de Recrutamento e Seleção Especializado”, decisão que se pode concretizar ainda no final deste ano, adianta a responsável.

A iU Talent – nome que remete para as expressões inglesas “you” e “we”, assim relacionadas com pessoas – aposta, numa primeira fase, no recrutamento especializado para se distinguir no mercado. Segundo David Sanglas, nesta fase de arranque, a maior área de atuação é a do recrutamento e seleção especializados de quadros médios e altos, existindo ainda mais duas áreas autónomas: o outsourcing e o trabalho temporário. No âmbito do recrutamento, as direções intermédias para a banca e finanças, nomeadamente com funções comerciais ou de avaliação de risco, são a grande parte das vagas abertas pelos clientes da consultora. A área de logística, indústria e engenharia têm também muitas ofertas. Um outro objetivo é apostar também em áreas como as tecnologias de informação, ou das life sciences, e outras onde o recrutamento de talentos é determinante, adianta David Sanglas.

A consultora, que até ao final do primeiro semestre abrirá uma delegação a norte do país, afirma que o perfil das empresas que recorrem aos seus serviços para recrutar, se trata de grandes ou médias empresas, mas também algumas de pequena dimensão com planos fortes de crescimento. Atualmente, a iU Talent conta com 15 colaboradores ao serviço, sendo o objetivo duplicar e chegar ao final do ano com 30 a 35 colaboradores a nível nacional.

Sobre os fatores de distinção da iU Talent, David Sanglas refere a importância “da economia da felicidade e do bem-estar para aumentar a eficiência do trabalho”. “Temos como missão humanizar a gestão do talento”, quer na ótica do candidato quer na gestão do processo para o colaborador, refere David Sanglas, gestor que tem mais de 30 anos de experiência na área da gestão e recrutamento em diversos países. Para tal, as empresas de recrutamento precisam de tecnologia, designadamente da inteligência artificial, para prestar um serviço mais personalizado, eficiente e simplificado, garante o mesmo responsável. “A IA ajuda a pré-selecionar as pessoas, perante milhares de currículos que recebemos, acelerando todo o processo de recrutamento”, exemplifica. Mas para alguns perfis, já não se justifica esse tipo de recursos, admite ainda.

“Custa encontrar talento. Não há desemprego, há falta de muitos perfis e, por isso, o nosso trabalho é muito importante para as empresas que querem recrutar”, sublinha o co-founder da iU Talent. 

Premiar e reter o talento

Dada a escassez de recursos humanos, saber reter os colaboradores e o talento de uma empresa é, assim, cada vez mais fundamental. A iU Talent dá algumas sugestões. “Cada vez mais, as empresas têm de valorizar um bom ambiente de trabalho e comunicar boas práticas de saúde mental na empresa. Isso nota-se muito desde a pandemia”, por forma a motivar os colaboradores, afirma Sara Pimpão. O package salarial deixou de ser, por isso, o grande centro de interesse do trabalhador na hora de optar por um cargo numa empresa, sendo também muito relevantes a cultura da empresa e os benefícios não quantificáveis. Neste campo, uma das reivindicações dos colaboradores é o equilíbrio entre o trabalho e a vida privada, o que pode ser assegurado pelo trabalho híbrido ou smart work (alternância entre trabalho presencial e remoto). “Tem de haver flexibilidade para os dois lados, porque também é importante as pessoas se encontrarem no local de trabalho e discutirem ideias”, adianta a mesma gestora.

Sobre a possibilidade de estrangeiros colmatarem as necessidades do mercado laboral, David Sanglas diz que no caso dos clientes da iU Talent, atualmente, e para o Recrutamento Especializado, aqueles não são relevantes, acontecendo esse enquadramento sobretudo no trabalho não qualificado, em que “40 ou 50% são estrangeiros”.

“Prevemos, no futuro, trabalhar com mobilidade internacional”, ou seja, acompanhar os portugueses que emigram na busca de trabalho noutros países, e trazer talento internacional para Portugal, adianta David Sanglas, abordando o fluxo de migração laboral nomeadamente na Europa.

Quanto ao futuro, e nomeadamente aos receios da IA no domínio do trabalho, Sara Pimpão acredita que esta “vai dar mais tempo às pessoas” para fazer outras atividades mais criativas e menos burocráticas/ repetitivas”.

in Revista Actualidade | Abril 2025