Recrutamento Natalício

Recrutamento Natalício

Nesta altura do ano, os setores que mais recorrem à iU Talent são os que vivem um aumento expressivo de atividade devido à sazonalidade típica do Natal, em particular o retalho, a hotelaria e a logística & distribuição.

No retalho, há uma procura elevada por profissionais de apoio ao cliente, promotores e repositores. As campanhas de Natal continuam a ser um momento-chave para o setor, e as equipas temporárias assumem um papel essencial para garantir um atendimento rápido e coerente com a identidade da marca. Os promotores tornaram-se um dos perfis mais escassos nesta altura do ano, sendo muito procurados por várias marcas em simultâneo. A sua capacidade de comunicar e criar ligação com o consumidor é determinante para o sucesso das ativações de Natal e é, precisamente essa combinação de empatia e energia, que faz com que este perfil seja cada vez mais disputado.

Hotelaria tem, igualmente, um peso crescente, com pedidos de empregados de mesa, rececionistas, cozinheiros e profissionais de housekeeping. O turismo e os eventos corporativos voltaram em força, há jantares de Natal, congressos, estadias curtas e tudo isso exige reforço de equipas.

Na logística e distribuição, a aceleração do e-commerce torna este setor um dos grandes protagonistas da época. São milhares de encomendas a circular diariamente, o que cria uma procura constante por handling & co-packing e picking, muitas vezes em regime de turnos e com horários alargados.

O Natal é, no fundo, uma época em que o mercado de trabalho se torna mais dinâmico e colaborativo: há um espírito de entreajuda entre empresas, recrutadores e candidatos. E o mais interessante é que, todos os anos, vemos histórias de pessoas que entram numa empresa apenas para o período natalício e acabam por ficar, o que prova que, mesmo com um contrato temporário, há relações que podem ser duradouras.


Aumento da procura

No último trimestre de 2024, registámos um aumento global de 18,6% na procura, face ao mesmo período de 2023. O crescimento foi transversal, mas destaca-se o setor de Atendimento, com um aumento de 44,4%, refletindo a tendência das empresas em reforçar as equipas de apoio ao cliente nesta época. Também se notou um crescimento expressivo em Hotelaria e Eventos (+11,7%), impulsionado pelo regresso em força das contratações sazonais e eventos corporativos de final de ano.

Relativamente a 2025, o mercado apresentou uma queda de 6,9% no número de publicações de ofertas de emprego, entre setembro de 2024 e setembro do presente ano.

Essa tendência negativa é generalizada, afetando os três setores que mais procuram reforço de equipas nesta altura:

  • Hotelaria: forte retração (−9,9%)
  • Atendimento: também em queda relevante (−8,1%)
  • Logística e Distribuição: ligeira redução (−0,7%), ou seja, o setor mais estável.

Os dados indicam uma diminuição geral da atividade e da procura no mercado, em comparação com o ano anterior, ou seja, houve menos publicações de anúncios e menor dinamismo em todos os segmentos analisados, o que sugere uma desaceleração do mercado global.

Acreditamos que esta tendência é fomentada pela instabilidade económica e política global, pela redução de investimento em recrutamento e pela automatização nas operações de logística e atendimento, como a implementação de chatbots, iA generativa e self-service nos canais de atendimento.


Os incentivos para captar talento

Cada vez mais empresas percebem que o salário é apenas uma parte da equação.

Os incentivos mais valorizados são:

  • Flexibilidade de horários, especialmente para quem estuda ou tem outras ocupações;
  • Benefícios imediatos, como subsídio de refeição, prémios de desempenho e descontos em produtos da marca;
  • Ambientes de trabalho acolhedores, com integração e reconhecimento, mesmo que o contrato seja temporário;
  • Possibilidade real de continuidade. Se um trabalhador temporário se destaca nesta época, aumenta a hipótese de ser recontratado, ou mesmo, de entrar como efetivo para a entidade empregadora.

Pleno emprego em Portugal – Dificuldade em contratar?

Sentimos maior dificuldade em encontrar perfis operacionais, como empregados de mesa, cozinheiros, rececionistas e operadores de armazém. São funções com uma procura muito superior à oferta disponível, o que resulta em maior rotatividade e em processos de recrutamento mais exigentes.

A situação atual do mercado português, com níveis de desemprego historicamente baixos, cria um contexto de quase pleno emprego, o que significa que há menos pessoas ativamente à procura de trabalho e que as empresas competem por um mesmo conjunto reduzido de candidatos.

Além disso, existem dois fatores estruturais que aumentam a dificuldade:

  • Por um lado, a saída de jovens para o estrangeiro, que reduz o número de candidatos disponíveis para funções de entrada no mercado;
  • Por outro, a revalorização de alguns setores, como o tecnológico e o administrativo, que acabam por absorver profissionais com perfis versáteis que antes se dirigiam ao retalho ou à hotelaria.

O resultado é uma escassez sentida, especialmente em trabalhos que exigem presença física, horários por turnos ou picos de intensidade, típicos do Natal.

Para dar resposta, temos procurado recrutar com maior antecedência, investir em employer branding e apostar na formação rápida, valorizando mais as soft skills, como a atitude, a disponibilidade e a empatia, do que a experiência prévia.

Curiosamente, há empresas que já estão a encarar esta escassez não como um problema, mas como uma oportunidade para melhorar as suas condições de trabalho e repensar a experiência do colaborador, o que é um passo muito positivo para o setor.


O perfil do candidato

O perfil é diverso, multigeracional e multicultural: 

  • Jovens estudantes que procuram rendimento extra e adquirir experiência profissional;
  • Pessoas em transição de carreira ou que querem complementar o rendimento familiar;
  • Profissionais estrangeiros que veem nestas oportunidades uma forma de se integrar no mercado português.

Quando se iniciam os processos de recrutamento?

Os processos de recrutamento para a época natalícia começam cada vez mais cedo. Tradicionalmente, arrancavam em meados de outubro, mas nos últimos anos temos notado uma antecipação significativa: hoje, muitas empresas começam a planear os reforços logo em setembro e, nalguns casos, até no final de agosto.

Esta antecipação deve-se a vários fatores. Em primeiro lugar, à competitividade do mercado de trabalho: como Portugal vive uma situação próxima do pleno emprego, é essencial garantir tempo suficiente para identificar, selecionar e formar os candidatos certos.

Há ainda a complexidade logística da época natalícia, que já não se resume apenas a dezembro, pois inclui a Black Friday, as campanhas online e as vendas de final de ano, que começam a gerar picos de atividade logo em novembro.

Há empresas que se preparam com meses de antecedência, e isso, faz toda a diferença na qualidade das contratações. Um processo planeado permite, por exemplo, apostar na formação prévia, integrar melhor as equipas temporárias e oferecer uma experiência de candidato mais cuidada e humanizada, algo que, para a iU Talent, é essencial.

Ainda assim, há sempre pedidos de última hora. Encaramos como o desafio da época natalícia. Há empresas que percebem, já em dezembro, que o movimento foi superior ao esperado, e recorrem à iU Talent para reforços rápidos. Nesses casos, a nossa agilidade e rede de talentos fazem a diferença.

No fundo, o segredo está no equilíbrio: quanto mais cedo o processo começa, maior a probabilidade de encontrar as pessoas certas, mas também é importante manter capacidade de resposta e flexibilidade para acompanhar o ritmo real do mercado.